Bolsas da Europa fecham em queda com novas tensões entre EUA e China Novas tensões entre as 2 maiores economias do mundo acerca da origem do novo coronavírus provocaram aumento na aversão ao risco nos mercados do continente.



Os investidores ajustaram posições após o feriado do dia do Trabalho na Europa, onde não houve negócios em boa parte das bolsas locais, derrubando os índices da zona do euro. As novas tensões entre Estados Unidos e China, bem como a queda das bolsas de Nova York e Londres na última sexta-feira (1º de maio), serviram de baliza para o recuo das ações nesta segunda-feira (4).

O FTSE 100, referência da bolsa de Londres, foi o único dentre os principais índices acionários da região a terminar o dia próximo da estabilidade, em leve queda de 0,16%, aos 5.753,78 pontos. Na sexta-feira, o índice havia recuado 2,34%.

O pan-europeu Stoxx 600 fechou o dia em queda de 2,65%, aos 328, 44 pontos, enquanto, em Frankfurt, o DAX perdeu 3,64%, aos 10.466,80 pontos. A referência da Bolsa de Paris recuou 4,24%, aos 4.378,23 pontos, e em Milão, o FTSE MIB, caiu 3,70%, a 17.035,61 pontos.

Novas tensões entre as duas maiores economias do mundo acerca da origem do novo coronavírus provocaram um aumento na aversão ao risco nos mercados, trazendo à memória dos investidores a longa guerra comercial protagonizada entre as potências.

O cenário não melhorou ao longo do fim de semana. No domingo (3), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em entrevista à ABC, disse ver "enormes evidências" de que o vírus se originou em um laboratório de Wuhan, na China.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite de ontem, em uma aparição na Fox disse: "Acho que eles [chineses] cometeram um erro horrível e não quiseram admitir".

"O FTSE 100 foi martelado na sexta-feira, enquanto muitos mercados estavam fechados e é por isso que a queda é menor hoje. Há algum ajuste acontecendo em grande parte do continente após os comentários de Trump sobre possíveis tarifas chinesas. A última coisa de que precisamos agora é uma retomada da guerra comercial", afirmou Craig Erlam, analista-sênior de mercados da Oanda.

Além das tensões entre Estados Unidos e China, a perspectiva de que a recuperação da economia após o fim da quarentena não será tão vigorosa quanto estimavam anteriormente os analistas também pesa para os mercados globais.

"Embora a pandemia pareça ter atingido o pico nas principais economias da União Europeia (UE) e a maioria dos membros esteja se esforçando para flexibilizar lentamente os bloqueios, os mercados estão percebendo que o retorno à atividade normal pode levar anos, não meses", afirmou Boris Schlossberg, diretor geral da BK Asset Management, em nota.

Os setores automobilístico, de bancos e de viagens e turismo tiveram desempenhos negativos na sessão de hoje e contribuíram para a queda generalizada dos índices nesta segunda-feira.

O segmento dos bancos fechou em queda de 4,21%, com destaque negativo para os papéis do Société Générale (-7,78%), Nordea Bank (-6,88%) e ABN Amro (-6,60%).

Dentre as empresas de automóveis, Daimler, Renault e Fiat tiveram quedas superiores a 5%, contribuindo para a desvalorização de 4,05% do setor.

Já as empresas de viagens e turismo apresentam uma queda generalizada em todos os mercados, após Warren Buffet ter afirmado, no fim de semana, que estava se desfazendo de todas as suas posições do setor nos Estados Unidos. Na Europa, a EasyJet recuou 7,22% e a IAG caiu 5,22%.

Fonte: G1
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