Fundo PIS-Pasep: 5 milhões de cotistas não terão depósito automático e devem procurar Caixa e BB


Dos 6,5 milhões de beneficiários correntistas de oito bancos que tinham potencial de receber o dinheiro por meio de depósitos automáticos, 5 milhões terão de procurar uma agência da Caixa ou BB para poder sacar o dinheiro do benefício por terem problemas cadastrais.
 
A 12 dias do término do prazo de pagamento das cotas do Fundo PIS/Pasep para quem tem menos de 60 anos, o Ministério do Planejamento informa que, dos 6,5 milhões de beneficiários correntistas dos bancos Bradesco, Itaú, Santander, Bancoob, Sicred, Banestes, BRB e Mercantil com potencial de receber o dinheiro por meio de depósitos automáticos em suas contas, 5 milhões terão de procurar uma agência da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil para poder sacar o dinheiro do benefício. É que esses cotistas apresentaram problemas cadastrais em seus bancos.
 
Por isso, é importante que os trabalhadores que atuaram formalmente na iniciativa privada ou no serviço público entre 1971 e 1988 procurem uma agência da Caixa Econômica Federal (cotistas do PIS) ou do Banco do Brasil (cotistas do Pasep) para verificar o saldo e retirar os recursos.
 
Segundo o ministério, apesar do esforço em conjunto com a Febraban, que costurou uma parceria com os oito bancos, além da Caixa e do Banco do Brasil, para que os seus correntistas cotistas do fundo pudessem receber os depósitos automáticos em suas conta, apenas 1,5 milhão se mostrou apto a receber os créditos automáticos.
 
Os depósitos automáticos dessas oito instituições começaram a ser feitos desde o dia 11 e vão até o dia 23 de setembro. Já os 6,3 milhões de cotistas com conta corrente na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil com o cadastro do Fundo PIS-Pasep atualizado receberam o depósito automaticamente.
 
Segundo o Ministério do Planejamento, chegou-se ao número de 6,5 milhões após uma triagem que verificou quem estava com o CPF válido no sistema financeiro, e após a parceria com a Febraban, os oito bancos se interessaram em fazer os depósitos automáticos para seus correntistas/cotistas.
 
Porém, o cadastro do cotista nem sempre está exatamente igual ao cadastro do correntista desses bancos. Por motivo de segurança, o depósito automático só é feito se bater exatamente as informações, para que o dinheiro não caia na conta de outra pessoa que não seja o cotista.
 
Por isso, o ministério ressalta que todos que trabalharam no período de 1971 a 1988 com carteira assinada procurem a Caixa e BB para verificar se possuem saldo a receber.
 
Prazo termina dia 28
 
O prazo para que todos os cotistas com menos de 60 anos possam retirar o dinheiro termina no próximo dia 28. Após essa data, volta a valer a regra de liberação dos saques somente para os casos de aposentadoria, idade a partir de 60 anos, invalidez (inclusive do dependente), morte do cotista (habilitando o herdeiro a sacar) e algumas doenças graves, como câncer, aids, Parkinson e tuberculose (incluindo o dependente).
 
Nesses casos, é possível fazer os saques a qualquer momento, sem necessidade de seguir cronograma, e o prazo continua aberto por tempo indeterminado.
 
15,1 milhões já sacaram
 
Entre outubro de 2017, quando começou a flexibilização do pagamento para os cotistas com idades a partir de 65 anos para homens e 62 para mulheres, até o dia 9 de setembro, quando já valia para os cotistas de todas as idades, 15,1 milhões do total de 28,5 milhões sacaram o dinheiro:
 
Com 60 anos ou mais: 3,7 milhões
Menos de 60 anos: 10,2 milhões
Aposentados, enfermidades específicas, herdeiros: 1,2 milhão
Dos 28,5 milhões de cotistas, 12,2 milhões têm 60 anos ou mais e 16,3 milhões têm menos de 60 anos.
 
Em relação ao montante de recursos, o total disponível para saques em outubro de 2017 era de R$ 42,2 bilhões (valor já corrigido pelo rendimento do último exercício). Desse total, R$ 16,4 bilhões foram resgatados até 9 de setembro.
 
Quem tem direito
 
Quem trabalhou com carteira assinada na iniciativa privada ou foi servidor público civil ou militar entre 1971 e 1988 tem direito a receber o Fundo PIS-Pasep. A média de valor para cada beneficiário é de R$ 1.375, mas o Ministério do Planejamento afirma que o valor a ser recebido depende de quanto tempo a pessoa trabalhou no período em que vigorou o Fundo PIS-Pasep.
 
No ano passado, o governo decidiu estender a idade dos beneficiários, primeiro para o mínimo de 65 anos no caso dos homens e 62 no caso das mulheres, e no começo deste ano reduziu para 60 anos a idade mínima para recebimento.
 
Em junho, o governo autorizou que todos os brasileiros que receberam esse dinheiro entre 1971 e 1988 pudessem retirá-lo.
 
Entenda os Fundos PIS-Pasep
 
Os fundos do PIS e do Pasep funcionaram de 1971 a 1988 e davam direito ao trabalhador de receber o rendimento das cotas e sacar o dinheiro em caso de aposentadoria, doença grave ou ao completar 70 anos.
 
A partir de outubro de 1988, após a promulgação da Constituição, a arrecadação do PIS-Pasep passou para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que paga o seguro-desemprego e abono salarial, e para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que faz empréstimos a empresas.
 
Como as cotas do Fundo PIS-Pasep vigoraram durante um período específico, muitos beneficiários desconhecem esse direito e, no caso de morte do cotista, muitos herdeiros também não sabem que têm direito ao dinheiro. Por isso, o governo tem ampliado o limite de idade e estipulado calendários para incentivar os saques e injetar dinheiro na economia.

Fonte: G1
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