Ibovespa caminha para melhor maio em 11 anos, mas guerra comercial ameaça

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Presidente americano deve anunciar medidas de retaliação, após parlamento chinês intensificar controle sobre Hong Kong

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caminha para fechar com a maior alta para um mês de maio desde 2009. Impulsionado pela retomada das economias, o índice acumula valorização superior a 5%, no entanto, a escalada de tensões entre China e Estados Unidos, que volta à tona, a recuperação. Nesta sexta-feira, 29, o índice recua, com os investidores à espera da coletiva de imprensa do presidente Donald Trump que irá tratar de temas relacionados à China. Às 14h26, o Ibovespa caía 0,92% e marcava 86.148 pontos.

No mercado, há grandes expectativas de que Trump anuncie algum tipo de retaliação à lei de segurança nacional sobre Hong Kong, aprovada nesta semana pelo parlamento chinês. “Boa parte dos investidores globais estão retraídos, há muita ansiedade em cima dessa fala. Hong Kong é a porta para o mercado financeiro da Ásia”, disse Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos.

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Desde a tarde de ontem, quando foi anunciada a coletiva para tratar sobre o tema, as bolsas americanas, que vinham em uma toada positiva desde o início da semana, perderam força. Por lá, o S&P 500 recua 0,5%. De acordo com a agência Bloomberg, o presidente Donald Trump discutiu impôr sanções ao setor financeiro da China.

Com a aproximação das eleições americanas, Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, acredita que a disputa entre China e Estados Unidos deve se acirrar nos próximos meses, já que o eleitorado de Trump é favorável aos embates com os chineses.

Recentemente, Trump chegou a acusar a China de espalhar notícias falsas para favorecer seu concorrente, o democrata Joe Biden, na corrida pela Casa Branca.

“É possível que o tom aumente, sobretudo com o crescimento do Joe Biden nas pesquisas eleitorais. O Trump vai querer ressaltar as diferenças”, afirmou Arbetman.

Por outro lado, o PIB brasileiro do primeiro trimestre chegou a adicionar alguma dose otimismo no início do pregão. Anunciado nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), os dados apontaram para uma contração de 0,3% na comparação anual, enquanto a mediana das projeções apontava para uma queda de 0,4%. “O mercado gostou. Esse 0,1% faz toda diferença”, afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus. Mais cedo, antes da abertura do pregão à vista, o Ibovespa futuro operava em alta.

Na bolsa, as ações ligadas ao setor de aço e minério de ferro atenuam as perdas. As ações da Vale, que possui a maior participação entre as que compõem a carteira teórica do Ibovespa, avançam 3,2%. Os papéis da CSN e Usiminas disparam 7,7% e 2,3%, respectivamente. Para Bertotti, a alta está relacionada à demanda da China, onde a recuperação econômica está mais acelerada do que em países ocidentais, que passaram pela crise do coronavírus posteriormente.

Fonte: EXAME
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