Nova cultivar de mandioca se adapta à região do Alto Uruguai



Na região do Alto Uruguai, esta cultivar confirmou potencial de produção em Marcelino Ramos.

A Emater/RS-Ascar vem ao longo dos últimos anos revendo os cultivos de mandioca existentes, seus materiais genéticos e práticas utilizadas, seguindo os avanços das pesquisas que vêm desenvolvendo cultivares mais ricas em vitaminas e antioxidantes. Através deste trabalho de fomento à atividade, a Emater/RS-Ascar, parceira da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), tem levado estas cultivares aos produtores do Norte do Estado e à mesa dos gaúchos. Um exemplo desta ação é com a cultivar BR 396, que se adaptou muito bem na região do Alto Uruguai, segundo o engenheiro agrônomo e extensionista do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, Carlos Angonese.

Trata-se de cultivar de mandioca de mesa de polpa amarela, com alto teor de betacaroteno (precursor da vitamina A), possui 17 vezes mais carotenoides totais que os cultivares brancos e quase o dobro dos demais cultivares de polpa amarela. Angonese destaca que a pesquisa realizada pela Embrapa com a cultivar BR 396 alcança produtividade de até 50 toneladas por hectare, ou seja, mais de três vezes a produtividade média nacional.

Na região do Alto Uruguai, de acordo com Angonese, esta cultivar confirmou este potencial de produção em Marcelino Ramos, na propriedade do produtor Marcos Kruze. A família Kruze é proprietária da agroindústria KL Alimentos, especializada em mandioca descascada congelada. Na propriedade da família, um pé de mandioca desta cultivar produziu oito quilos de raízes. Segundo Kruze, esta cultivar deverá compor, junto com outras duas, os principais cultivares que as famílias mantêm em produção, visando ao processamento (mandioca descascada).

Em Barão de Cotegipe, a família Sargenieski, que também está legalizando uma agroindústria que tem a mandioca descascada como um dos produtos, também testou o cultivo da BR 396, com resultados um pouco menores, mas ainda assim surpreendentes. Ela produziu 32,6 toneladas por hectare (o dobro da média gaúcha). Ambas as famílias ressaltam o sabor agradável da nova cultivar, que não apresenta amargor no paladar, mas traços leves mais adocicados.

Outros cultivares que foram difundidos pela Emater/RS-Ascar na região do Alto Uruguai, selecionados pela Epagri, são Guapo, Sempre Pronto, Uirapuru e Ajuba.

O trabalho de fomento da Emater/RS-Ascar visa atualizar o agricultor familiar a partir com novas tecnologias produzidas pela pesquisa, reavaliando práticas de cultivo, no sentido de melhorar a produtividade, a renda familiar e a qualidade da alimentação dos agricultores familiares.

Fonte: AgroLink
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