Produção industrial tem o melhor desempenho para maio em 6 anos


A produção da indústria brasileira cresceu 0,8% em maio na comparação com o mês anterior, informou, nesta terça, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o melhor resultado para o mês desde 2011 e o segundo consecutivo de alta - em abril, segundo dado revisado pelo instituto, a indústria cresceu 1,1%.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 4%. Nos cinco primeiros meses de 2017, a produção industrial acumula crescimento de 0,5%.

"Há claramente um predomínio de taxas positivas e todas as categorias econômicas registraram crescimento", afirmou o coordenador da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André Macedo, destacando que maio de 2017 teve o perfil mais disseminado de crescimento da indústria brasileira desde julho de 2014.

Ele disse, porém, que é preciso ter cautela com o resultado, destacando que a indústria brasileira ainda está no patamar de fevereiro de 2009 e que o crescimento acumulado no ano se dá sobre uma queda de 9,3% no mesmo período do ano anterior.

"É claro que, com dois meses seguidos de crescimento e com espalhamento pelas atividades, dá um alívio, mas está longe de garantir que seja uma trajetória de crescimento sustentável para o setor industrial", comentou.

Entre as categorias, a maior alta na comparação com o mês anterior se deu nos bens de consumo duráveis (6,7%), com forte impacto da produção de automóveis, que já vem registrando resultados positivos desde o primeiro trimestre, motivado pelas exportações.

O menor crescimento foi nos bens intermediários (0,3%). A categoria de bens de capital, que é um indicador do investimento no País, registrou alta de 3,5%, puxada pela produção de caminhões e máquinas agrícolas.

Entre os 24 ramos pesquisados pelo instituto, 17 registraram alta no mês, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 9%.

Também tiveram contribuição positiva os segmentos de produtos alimentícios (2,7%) e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e higiene pessoal (4%), sempre na comparação com o mês anterior.

Já do lado negativo, contribuíram os segmentos de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,2%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,6%). Os dois segmentos haviam crescido em abril.

Na comparação anual, houve crescimento em 18 dos 26 ramos pesquisados, com alta na produção de 59% dos 805 produtos, o maior número desde abril de 2013.

As maiores contribuições, nesta base de comparação, foram novamente veículos automotores, com alta de 27,9%, máquinas e equipamentos (8,9%), indústrias extrativas (2,8%) e produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (25,9%, puxado por televisores e celulares).

Macedo frisou, porém, que o comportamento da produção industrial ainda é "errático" e se dá sobre uma base deprimida no ano passado. "Permanece um ambiente de incerteza no campo político, que traz também incertezas no ambiente econômico, principalmente quando se fala em decisões de investimento e no consumo das famílias", afirmou.

No acumulado de 12 meses, a produção industrial brasileira ainda registra queda, de 2,4%. O valor, porém, é menor do que o verificado em meses anteriores. Em maio, pela primeira vez desde 2014, as produções de bens de capital e de bens de consumo duráveis atingiram taxas positivas em 12 meses.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou, por meio do Twitter, que a recuperação do setor de bens de capital em maio mostra que o País está voltando a investir na ampliação de sua capacidade produtiva. "Crescimento dos bens de capital, que são equipamentos usados para produção de itens de consumo, mostra retomada da confiança no crescimento", disse Meirelles. "Maior investimento em máquinas e equipamentos representa aposta de consumo mais forte no médio e longo prazos", concluiu.

Produção brasileira de celulose soma 8 milhões de toneladas entre os meses de janeiro e maio

A produção brasileira de celulose somou 8 milhões de toneladas entre janeiro e maio de 2017, o que representa um crescimento de 5,3% ante igual período do ano passado. Já a produção de papel recuou 0,6% no mesmo período, para 4,3 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). As vendas de papel e de painéis de madeira no mercado doméstico permaneceram estáveis em 2,1 milhões de toneladas e 2,6 milhões de metros cúbicos, respectivamente.

As exportações de celulose somaram 5,5 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses do ano, expansão de 4,7% frente ao mesmo intervalo de 2016. O segmento de papel, por sua vez, registrou exportações de 892 mil toneladas no período, um avanço de 1,8%. As vendas externas de painéis de madeira alcançaram a marca de 490 mil metros cúbicos ( 36,5%).

A China manteve a posição de principal destino da celulose brasileira, representando mais de 43% do total exportado pelo Brasil e gerando uma receita no ano de cerca de US$ 1 bilhão, aumento de 27,7% em relação aos cinco primeiros meses de 2016. Já a América Latina se mantém como principal mercado para os segmentos de papel e de painéis de madeira, gerando receitas de US$ 492 milhões ( 10,3%) e US$ 62 milhões ( 26,5%), respectivamente.

O saldo da balança comercial do setor brasileiro de árvores plantadas atingiu US$ 2,9 bilhões de janeiro a maio de 2017, alta de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o setor registrou um total de exportações de US$ 3,3 bilhões, 3,2% acima do registrado no mesmo período de 2016. As vendas externas de celulose alcançaram US$ 2,4 bilhões ( 4,1%), e as de papel, US$ 767 milhões.




Fonte: jcrs
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