XP e BofA cortam projeções e se unem às expectativas de Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos em 2020



XP cortou a estimativa para o Ibovespa para 94 mil pontos, enquanto BofA cortou para 87 mil; antes, Morgan, Itaú BBA e JP também haviam reduzido projeções

SÃO PAULO – Destacando o forte impacto nos lucros das empresas previstos em 2020 por conta da crise com o coronavírus, a XP Investimentos e o Bank of America cortaram projeções para o Ibovespa para este ano.

A XP diminuiu a estimativa para o Ibovespa de 132 mil pontos para 94 mil pontos ao final de 2020 (o que corresponderia a um potencial de valorização de 28% frente o fechamento de sexta-feira), enquanto o Bank of America cortou a projeção de 130 mil pontos para 87 mil pontos (representando um upside de 18,5% frente sexta-feira).

Nas últimas semanas, o Morgan Stanley já havia cortado a projeção de 125 mil pontos para 85 mil pontos (veja aqui), o Itaú BBA passou de 132 mil pontos para 94 mil pontos (veja aqui), enquanto a revisão mais drástica ficou com o JPMorgan, que cortou de 126 mil para 80.500 pontos (confira aqui), todos eles agora vendo o índice abaixo dos 100 mil pontos em 2020.

David Beker, estrategista do Bank of America, destacou em nota que agora espera uma contração de 9% no lucro das empresas no Brasil em 2020, seguida por um crescimento de 10% em 2021. “O cenário-base do BofA prevê recessão profunda, mas de curta duração no país, com atividade econômica normalizando no fim do ano”, avalia.

A projeção otimista do banco americano vê o Ibovespa a 100 mil pontos no fim do ano (upside de 36,2%), enquanto estimativa pessimista vê o índice a 63 mil pontos (projeção de queda de 14,2%). De acordo com o estrategista do BofA, o mercado brasileiro atualmente precifica uma contração de 21% no lucro das empresas em 2020.

Para o BofA, embora o risco-país tenha subido no mês passado, espera-se que ele diminua assim que a o cenário da crise atual arrefeça, desde que grandes rupturas estruturais sejam evitadas. Esse foi o caso após a crise de 2009. “Dito isto, acreditamos que, mesmo em um cenário otimista, […] provavelmente o re-rating do Brasil será adiado para 2021”, avalia.

Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head do research da XP, por sua vez, destacou em relatório (confira clicando aqui) que a projeção é de que o índice atingirá um múltiplo de 10,7 vezes o preço sobre o lucro projetado para 2021, ainda abaixo da média histórica de 12,5 vezes e o pico recente de 14 vezes.

Mesmo com a projeção para o final do ano acima dos 90 mil pontos, Ferreira destaca ser importante frisar que é possível que haja novas baixas no mercado no curto prazo, antes que o índice aponte para uma recuperação no segundo semestre.

O índice poderia chegar a 60 mil pontos caso o mercado caísse a média do que caiu em recessões globais passadas, o que seria equivalente a uma baixa de 18% em relação ao fechamento de sexta-feira.


Fonte: InfoMoney
WhatsApp